VETERINÁRIO

VETERINÁRIO

O Veterinário da cidade, depois de uma longa noitada regada de comidas e bebidas diversas acordara com o som de seu despertador sem a mínima vontade de sair da cama, e muito menos de ir para o seu consultório trabalhar, mas tinha agendado alguns compromissos e não poderia adiar, já que estaria viajando nos próximos dias e sua clientela teria que estar em dia com suas consultas, remédios e vacinas.

A distância de sua residência até o consultório era de aproximadamente uns quatrocentos metros, mas naquela manhã pareciam quatrocentos quilômetros, ainda mais devido o peso de um uma garrafa contendo um litro e meio de água que carregava em sua mochila.

Chegando ao seu destino depois de sorver vários goles de água durante o trajeto, resolveu dar uma arrumação nos armários de remédios, conferir o estoque de rações e organizar as fichas dos clientes. Mas não agüentou terminar o trabalho iniciado e logo em seguida debruçou a cabeça no balcão e adormeceu.

Passada mais ou menos uma hora, o veterinário acorda com uma senhora batendo no balcão e dizendo.

- Doutor. Acorda Doutor.

- O senhor está passando mal?

Completamente molhado de suor, e com uma ligeira confusão mental já que não lembrava onde estava, perguntou:

- Onde estou?

- Quem é a senhora? E o que está fazendo no meu quarto?

A mulher olhou para ele até um pouco amedrontada e disse:

- Doutor, estou aqui apenas para que o senhor me receite um remédio para carrapato. Entendeu?

O cara olhou para ela com um olho aberto e o outro fechado, e disse em voz alta:

- A senhora ta querendo me prejudicar?

- Como eu vou receitar um remédio para o carrapato, sem o examinar primeiro, heim?

- A senhora primeiro tem que trazê-lo aqui ou me dizer mais ou menos o que ele está sentindo. Ou a senhora quer que eu perca meu diploma? E voltou a debruçar a cabeça no balcão e voltou a fechar os olhos, deixando de boquiaberta a mulher, que saiu de fininho na ponta dos pés, preocupada em não incomodar mais o Doutor.