quarta-feira, 20 de julho de 2011

Camarão é...


CAMARÃO É A MÃE

O sujeito passava o dia pedalando sua velha bicicleta, ora fazendo compras para o seu bar que só funcionava depois das 7 da noite ou procurando um bom pesqueiro para jogar suas linhas fossem no rio que margeava a cidade onde poderia pescar um delicioso Robalo ou no mar, para tentar fisgar um Bagre grande, um Baiacu Ará ou mesmo uma Arraia Manteiga, que desfiada com arroz é uma delícia.
O cara só tinha uma coisa que o tirava do sério, detestava que o chamassem de camarão. Depois de tomar umas cervejas então, era chamar de camarão que o cara fechava a cara e partia até para a briga.
Em uma determinada ocasião o sujeito foi a uma festa de aniversário de um amigo em um sábado durante o dia e decidiu que nada o impediria de se divertir, nem o compromisso de abrir o bar mais tarde, afinal o empregado que abrisse, e ai dele se quando chegasse não estivesse tudo nos conforme, seria despedido na mesma hora.
Depois de algumas canjebrinas, já com a timidez dando lugar ao pé de valsa que começava a fluir de dentro dele, convidou uma garota para dançar o forró, seu ritmo favorito. E foi assim durante quase toda a festa. Um gole ali, uma dança aqui.
Quando sentiu que a coisa já estava ficando meio esquisita para o lado dele, já que estava começando a ver dobrado as coisas, resolveu ir embora, antes que desse algum vexame. E foi caminhando  com passos trôpegos, mas determinado a ir direto para casa, afinal nada resiste a uma boa chuveirada de água fria.
Quando passava quase em frente à igreja próxima a sua casa, viu o movimento das pessoas saindo da missa, na maioria mulheres. Neste meio tempo algum engraçadinho gritou do meio dos fiés.
- Vai para casa Camarão!
O cara deu alguns passos a frente, parou e olhou para trás tentando identificar quem o tinha provocado, e como não conseguiu, falou bem alto.
- As mulheres que me desculpem, mas camarão é a PQP de quem gritou.
E seguiu seu caminho, sendo fuzilado com o olhar de reprovação do padre que tinha assistido a cena.  

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