sexta-feira, 21 de janeiro de 2011



O CABRITO DA FESTA

Durante os festejos para homenagear Santa Rita em Armação dos Búzios, era muito comum em tempos passados devotos da Santa, doarem diversos produtos para serem leiloados e sua renda destinada a igreja.
Durante os três ou quatro dias de festa, as atrações eram várias, começavam com um tímido grupo musical, seguido de um animado forró, passando pelos famosos leilões, procissão e queima de fogos finalizando assim os festejos.
Os leilões eram uma atração à parte, os leiloeiros eram pessoas geralmente ligadas à igreja, e muitos, como se diz na cidade, gente com pouco estudo, que faziam questão de falar o mais difícil possível apara tentar impressionar o público presente.
O divertido do leilão era quando o cara arrematava algum produto pronto para o consumo, como frangos ou leitões assados, ou algum prato vendido em barracas de comidas típicas. O cara era acompanhado por vários amigos até uma barraca, cujo produto arrematado acompanhado de cervejas era consumido em poucos minutos. E logo em seguida a turma voltava para dar novos lances no leilão.
Geralmente além dos leilões havia as rifas, que sorteavam no último dia de festa os melhores prêmios doados por comerciantes ou políticos, assim como o premio maior do leilão.
Em uma ocasião no ultimo dia de festa o premio a ser leiloado era um cabrito que ficou amarrado durante quase todo dia no terreno ao lado da igreja. Todos passavam e olhando para o cabrito sonhavam que ganhando o animal iriam fazer uma festa comemorando alguma data na família, ou guardar para o Natal.
Lá pelas onze da noite quando o leilão já estava no fim, alguém sentiu falta do cabrito. Foi quando uma confusão se iniciou
Depois de reunir-se com os policiais presentes o festeiro principal recebeu a noticia da boca de um dos fiés, que tinha uma informação de onde poderia estar o animal já que alguém tinha visto um grupo de pinguços por perto.
- Seu Guarda! Me acompanhe, por favor. Eu já sei onde está o cabrito do leilão. Deve estar com aqueles bebuns ali atrás daquela praça conhecida com sindicato da cachaça.
Disse o leiloeiro mor, naquelas alturas com uma autoridade de um delegado.
E não deu outra. Realmente o animal estava lá amarrado em uma arvore esperando o seu carrasco que entre um gole e outro amolava uma pequena faca.
E enquanto levavam o cabrito de volta para festa, os bebuns levavam uma reprimenda dos PMS jurando todos de pés juntos que não sabiam como o bicho foi parar ali.  

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