TEJE PRESO

  

Aquele estudante de medicina gostava de viver a vida como todo mundo na sua idade. Namorava várias garotas, não abria mão do chope com amigos depois da faculdade e nos fins de semana de sol á praia era sagrada, e se seu time jogasse no domingo, o Maracanã era o programa certo para encerrar o fim de semana.

 Filho de pais mais ou menos ricos, morando no bairro de Botafogo, em um apartamento alugado de frente para o mar e carro zero na garagem, tinha vindo de outro estado para estudar medicina no Rio de Janeiro, e estudar era o que ele fazia com muito prazer, já que tinha como meta se tornar cirurgião plástico. Os amigos até diziam que quando se formasse e tivesse sua clínica, ele iria melhorar a cara das namoradas feias que ele arrumava.

Em um feriado prolongado, ele resolveu viajar para sua cidade para rever seus pais, os amigos, contar estórias e progressos em seus estudos,  além de que fazer uma das coisas que mais gostava desde sua infância, que era cavalgar.

Em seu regresso ao Rio teve uma surpresa ao chegar em casa, seu apartamento tinha sido arrombado. O rapaz ficou arrasado já que vários objetos de valor tinham sido roubados, e quando se recuperou do susto resolveu ir a Delegacia do bairro para dar queixa do acontecido, e exigiu que uma perícia fosse ser feita no local. Depois da queixa registrada foi aconselhado pelo policial que o atendeu  ir para casa e aguardar os peritos. E enquanto os peritos não chegassem, ele iria fazendo uma lista dos bens furtados.

Mas o pior estava por vir, alguns moradores sabendo do ocorrido resolveram se solidarizar com o estudante, e ficaram surpresos ao ver meia hora depois da Perícia chegar, o rapaz saindo algemado e dois policiais carregando um grande vaso de planta que continha um enorme pé de maconha que ornamentava a varanda do apartamento.