quarta-feira, 11 de maio de 2011

ASSALTO AO...


ASSALTO AO BOTECO
 Em Ipanema uma galera freqüentava o mesmo boteco há anos, era como uma religião ir tomar um chope, refrigerante, comer um tira-gosto, ou simplesmente ouvir ou contar uma novidade ou distribuir a mais recente fofoca.
Era muito comum os freqüentadores antigos e assíduos terem contas penduradas, e depois de assinadas, eram grampeadas e guardadas em uma caixa de madeira que ficava embaixo do balcão sob a caixa registradora, e que seriam pagas geralmente na quinta-feira.
A vida seguia seu ritmo normal em Ipanema de segunda à quinta-feira, já que de sexta-feira a domingo o bairro ficava impraticável devido a invasão dos além túnel, fosse para praia durante o dia, ou a noite para o turismo etílico, fazendo com que a galera assídua se abastecessem de bebidas e procurassem algo para fazer na casa de alguém ou passar o fim de semana fora da cidade.
Em uma quinta-feira o dono do bar, lá pelas duas da matina resolveu começar a fechar as portas e disse que estava na hora de todo mundo pedir a conta e acertar as penduras da semana, mas os bebuns insistiram em mais uma saideira, e mais outra, e outra depois. Nesse meio tempo três sujeitos mal encarados adentram o bar e anunciam o assalto. Como nunca ninguém tinha sido assaltado em boteco em Ipanema, acharam que era gozação dos caras e começaram a rir, o que fez um deles enfiar a mão na cara do doidão e em seguida botar todo mundo em direção ao banheiro.
Tinha um sujeito que estava muito ruim devido a um número incontável de chopes, mas que ao se dar conta da situação resolveu dialogar com um dos ladrões enquanto era quase que carregado para o banheiro.
- Meu amigo! Disse ele.
-Pode levar tudo que você quiser de mim, mas não se esqueça de levar a caixa de charutos embaixo do balcão.
- Que caixa de charutos é essa maluco? Perguntou o ladrão.
- Aquela caixa de madeira que está embaixo da registradora, ta com os fiados da galera toda. Leva por favor.
Enquanto os ladrões pegavam todo o dinheiro do caixa, e alguns pertences de clientes e funcionários, o bebum gritava do banheiro.
- Leva a caixa das penduras, leva a caixa das penduras. O que fez um dos ladrões chegar até a porta do banheiro e dizer:
- Eu levo a caixa, mas nada de delegacia valeu?
E o que se ouviu em seguida foi um grito unânime de valeu, seguido de uma prolongada salva de palmas, interrompida pelo dono do bar que decretou naquele momento, que devido aquele atitude irresponsável dos freqüentadores presentes, estava permanentemente proibido a venda de qualquer produto para ser pago posteriormente.

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