MACACO

MACACO PREGO

O sujeito era um tremendo Bon Vivant. Embora já passado dos sessenta e cinco anos, nos fins de semana ele tirava para se dedicar a generosas doses de whisky, seus charutos cubanos e as mulheres é claro. Era proibido falar de negócios, trabalho, ex-mulheres e doenças durante sua estadia na casa de praia. Na verdade um casarão com uma vista maravilhosa para o mar.

Quando o relógio marcava meio-dia na sexta-feira, ele pontualmente ligava para a casa de praia avisando que já estava na estrada a caminho, isso já era uma ordem para quando ele chegasse tudo estivesse à mão, sem ele ter que dar ordem nenhuma, ou seja, cerveja, água e refrigerante gelado, carne descongelada, e a residência na mais perfeita limpeza, e principalmente a sauna, piscina e churrasqueira onde ele receberia os amigos e passaria o maior tempo possível nestas partes da casa.

Durante essas confraternizações, ele costumava trazer para perto dos amigos, um macaco prego muito manso que criava desde filhote e que respondia a todos seus comandos iguais a um cão amestrado. Inclusive o animal que tinha livre acesso a casa durante sua estadia, gostava de beber escondido uma cervejinha, o que fazia todos não bobearem com seus copos.

Passado uns meses o cara tava desconfiado que o caseiro andasse maltratando o macaco, devido o bicho soltar gritos estridentes quando alguém pegava um pedaço de pau ou uma vassoura. Mas como descobrir a verdade? Tinha que dá um jeito.

Na semana seguinte resolveu chegar de surpresa durante o meio da semana. Ao chegar, ficou admirado pela agitação do macaco que mostrava a vasilha sem água e sem comida juntamente com um cabo de vassoura na porta da jaula.

Foi a primeira vez que um macaco mesmo sem falar denunciou maus tratos e mandou um casal de caseiros embora.