sexta-feira, 29 de julho de 2011

Noivado...



NOIVADO DEMORADO

O sujeito já enrolava a coitada fazia sete anos, e nada de marcar o bendito casamento tão aguardado pela noiva e pela sua família que não viam a hora da filha desencalhar, já que estava já ficando para titia.
Depois de várias reuniões entre o noivo enrolador e a família da moça, finalmente marcaram a data do casamento para três meses depois. Mas com uma condição: Ele teria direito a fazer uma festa para os amigos de despedida de solteiro, com direito a comes e bebes. Muitos comes e bebes. 
Durante os meses que antecederam a cerimônia de casamento e a festa da despedida, a casa foi reformada. Telhado, paredes, pisos e azulejos novos na cozinha e no banheiro, todos os cômodos internos emassados e pintados, sobre o olhar atento do noivo que se encarregou da obra, deixando para a noiva a responsabilidade de mobiliar o futuro ninho de amor do casal.
No sábado, os preparativos para a festa de despedida do solteirão começaram cedo. Sob a supervisão de um compadre e dono de um boteco que fez questão de chamar para si a responsabilidade de cuidar do churrasco e das bebidas, fez com que as caixas de cervejas que chegavam fossem imediatamente colocadas nas grandes caixas de isopor com gelo para estarem estupidamente geladas na hora de servir e não haver reclamações dos beberrões, mesmo a festa tendo sido marcada para ter seu início lá pras nove da noite.
Tudo corria as mil maravilhas até que o noivo resolveu que já estava passando da hora de acender a churrasqueira e abrir uma gelada para a galera que tinha ajudado nos preparativos, mal sabia ele que algumas cervejas já tinham sido esvaziadas, juntamente com várias doses de cachaça, e ainda não eram nem seis horas da tarde.
Por volta da meia noite a festa rolava a todo vapor, com um bando de homens bêbados cantando e dançando sem se importarem se faziam barulho e não deixavam os vizinhos dormirem, e nem o noivo que já estava jogado em uma rede e não conseguia pregar o olho, já que a todo instante chegava algum amigo e aprontava algo com ele.
Passado algum tempo, escutou-se um barulho na cozinha de garrafas quebrando e todos foram ver o que tinha acontecido. Um sujeito tinha escorregado e quando caía tentou se segurar agarrando-se a uma caixa de garrafas de cervejas (com garrafas vazias) e derrubou- as quebrando varias garrafas, o que fez com que o dono da casa ficasse revoltado e exclamasse em bom tom.
- Se é pra quebrar, deixa que eu mesmo quebre, e vou quebrar tudo. Não to a fim de casar mesmo.
 E começou a quebrar tudo que via pela frente, causando muito espanto e uma debandada geral dos amigos que o deixaram solitário com sua fúria.
Alguns dias depois os amigos começaram a receber uma lista feita pela noiva dos bens destruídos, e para cada amigo, ao lado do nome continha um item a ser comprado e entregue na igreja no dia do casamento que seria no sábado próximo.

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