O PARTO
Minha
mãe Maria do Carmo Costa Medeiros nasceu em Ubá, mas veio muito nova para o Rio
de Janeiro, e ela disse que nasci em Angra dos Reis, e nesse dia chovia muito.
Ela me contou que havia
uma preocupação muito grande em torno da minha vinda ao mundo, já que um irmão
anterior a mim tinha falecido por problemas de fator RH entre meus pais. O que
tornou minha vinda ao mundo um desafio junto com uma nova experiência para os
médicos e acredito muito dolorosa para mim, embora eu não lembre, mas contada
durante anos pela minha mãe.
Com muito orgulho, sempre contava como foi o dia em que apesar do seu um metro e meio de altura,
transformou-se em gigante pulando possessa em cima de uma auxiliar de
enfermagem que me espetava uma agulha sem dó nem piedade procurando veias para
transfusão de sangue, já que todo o meu sangue tinha que ser retirado para
recebimento de outro diariamente. Enquanto o sangue era retirado através de
algumas veias, o sangue novo era introduzido em outras.
Essa
luta entre a vida e a morte, durou segundo ela dois meses em que tive que ficar
no hospital, por onde diariamente médicos me olhavam e sacudiam negativamente a
cabeça, como dissessem: Este não passa de hoje. Mas eu devo ter tido uma imensa
vontade de viver, graças à força daquela mulher pequenina de estatura, mas
infinitamente grande de amor por aquele filho que ela esperou nove meses para
nascer.
Saudades eternas, Dona Carminha !
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