quarta-feira, 7 de abril de 2021

O parto

 

O PARTO

 

Minha mãe Maria do Carmo Costa Medeiros nasceu em Ubá, mas veio muito nova para o Rio de Janeiro, e ela disse que nasci em Angra dos Reis, e nesse dia chovia muito.

Ela me contou que havia uma preocupação muito grande em torno da minha vinda ao mundo, já que um irmão anterior a mim tinha falecido por problemas de fator RH entre meus pais. O que tornou minha vinda ao mundo um desafio junto com uma nova experiência para os médicos e acredito muito dolorosa para mim, embora eu não lembre, mas contada durante anos pela minha mãe.

Com muito orgulho, sempre contava como foi o dia em que apesar do seu um metro e meio de altura, transformou-se em gigante pulando possessa em cima de uma auxiliar de enfermagem que me espetava uma agulha sem dó nem piedade procurando veias para transfusão de sangue, já que todo o meu sangue tinha que ser retirado para recebimento de outro diariamente. Enquanto o sangue era retirado através de algumas veias, o sangue novo era introduzido em outras.

Essa luta entre a vida e a morte, durou segundo ela dois meses em que tive que ficar no hospital, por onde diariamente médicos me olhavam e sacudiam negativamente a cabeça, como dissessem: Este não passa de hoje. Mas eu devo ter tido uma imensa vontade de viver, graças à força daquela mulher pequenina de estatura, mas infinitamente grande de amor por aquele filho que ela esperou nove meses para nascer.

Saudades eternas, Dona Carminha !

 

 

                                                                        

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