O SEGURANÇA AMADOR
Um grande empreendimento em fase inicial prometia revolucionar o sistema hoteleiro e imobiliário da cidade. Seriam construídos condomínios de luxo, hotéis e um enorme shopping, além de marinas, campo de golfe e um aeroporto de médio porte.
Antes de iniciaram realmente as obras com aberturas de rua para colocação de meio fio, viu-se necessária a contratação de seguranças e vigias para guardar os materiais de construção e zelar pelo patrimônio.
Depois da notícia da contratação de mão de obras ter se espalhado pela cidade, apareceram no escritório da companhia, dezenas de pessoas vindo dos mais diferentes lugares e de variadas profissões, e entre eles um candidato que pedia para ser contratado de qualquer jeito, já que ele estava desempregado havia bastante tempo e fazia qualquer tipo de trabalho. E foi contratado como vigia do canteiro de obras.
O trabalho era muito tranqüilo, o vigia ficava a noite toda lendo sua Bíblia e escutando os programas evangélicos em seu radinho de pilhas. Passado uma semana o cara foi chamado ao escritório pelo encarregado da segurança. Ele teria que cobrir a falta de um segurança do almoxarifado que estava doente.
As recomendações era para ele ter o maior cuidado com a arma, e não precisava tirar ela do cinto para nada. O rapaz nunca tinha pegado numa arma de fogo e com medo de um colega fazer alguma brincadeira caso pegasse no sono, já que nessa hora o “coisa ruim” aparece na vida do cristão para envergonhá-lo, resolveu que ficaria com a arma na mão até passar o seu horário.
O nervosismo de estar com uma arma na mão aumentava conforme as horas que pareciam que não estarem passando. Olhava o relógio, dava uma volta em torno da guarita e orava para que a hora passasse rápido. E isto se repetiu até o sujeito não agüentar e sentar para descansar um pouco para recuperar as energias já que no dia seguinte iria fazer um bico como ajudante de pedreiro na batida de uma laje na casa de um conhecido seu. E passado algum tempo, o homem acabou adormecendo.
O resultado desta soneca foi desastroso. O irmão dormiu segurando o revolver com as duas mãos entre as pernas, deve ter tido algum tipo de pesadelo que estava sendo atacado e acordou com um tiro que deu no próprio pé.
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