terça-feira, 16 de agosto de 2011

Nunca mergulhou


NUNCA MERGULHOU

O cara era uma verdadeira figura, quando passava cumprimentava todos que via tirando o velho chapéu de palha, conhecendo ou não. Era uma pessoa simples. Simples não, muito simples mesmo, e também muito caipira. Um capiau. Um verdadeiro “Jeca Tatu”.
Esse cidadão sempre foi muito trabalhador desde criança, todos gostavam muito dele, sempre alegre, muito solícito e atencioso com todos.
O cidadão só tinha um problema: O sexo feminino. O cara era de uma timidez monstruosa, era uma garota olhar para ele, que o cara ficava todo sem jeito, e rapidinho se mandava do local, não que ele não gostasse, gostava muito, o seu sonho era casar e ter um monte de filhos, mas a timidez falava sempre mais forte em qualquer situação que envolvesse o sexo oposto.
Em certa ocasião, este cidadão ao largar o serviço de onde trabalhava de cozinheiro, foi caminhando em companhia a uma moça que também trabalhava no mesmo local. Como já era tarde da noite, a moça que morava em outro município, pediu ao rapaz para acompanhá-la até o ponto do ônibus.
Foi amor à primeira vista, o sujeito não conseguiu pregar o olho à noite inteira, não tinha olhos e ouvidos para nada, só pensava no rosto e na voz da futura mãe de seus filhos. Depois de algum tempo já estavam namorando, ou seja, um beijo na chegada e outro na partida, e no rosto.
Até que um dia o cidadão tomou coragem e foi pedir a mão da moça em casamento, o que foi prontamente aceito pelos pais da noiva. Mas tinha um problema. O que fazer na hora da lua de mel, pensou com seus botões. E foi procurar um amigo que trabalhava de garçom no mesmo restaurante que ele. Só que o cara era um tremendo gozador. Depois das perguntas de praxe, o garçom no alto de sua experiência com as mulheres aconselhou o coitado dizendo: - Meu garoto, mulher gosta de apanhar, quando vocês forem dormir já vai logo metendo a mão na cara dela e o resto vem depois.
No dia do casamento o cara estava tão nervoso que não conseguia nem falar, depois da festa, ele foi para o quarto construído nos fundos do terreno pelo sogro especialmente para o casal.
Lá pelas altas horas ouviu-se uma verdadeira gritaria vinda do quarto dos noivos. Os pais e os irmãos da noiva correram e encontraram a mulher com o rosto vermelho dos tapas que havia levado. A turma além de dar também umas tapas no cara, o agarraram e o levaram para a delegacia.
Depois de algumas horas o cidadão foi chamado para depor. O delegado depois de esculhambar o cara, perguntou:
- Ô elemento, me responda por que na sua lua de mel, você resolveu meter a porrada na sua mulher?
- Olha Doutor, eu nunca mergulhei numa mulher antes, pedi a um amigo para me ensinar como fazia, e ele me mandou dar umas tapas, e depois o troço acontecia. Eu não sei o que deu errado, a mulher começou a gritar e o pai dela junto com os irmãos me meteram o cacete, e agora eu to aqui todo dolorido e ainda por cima preso.
O delegado acendeu um cigarro, deu uma volta pela sala, e falou para o escrivão:
- Solta esse pobre coitado, e vão prender o safado do professor dele. 

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